terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tenho buscado por...


A felicidade vibra na frequência da nossa visão de mundo,cada ser é único e submerso em suas próprias sensações...
Alguns buscam refúgio de felicidade que há nas formas que agradam aos olhos, outros,procuram simplesmente sentir em totalidade...

sentir pelos olhos...
pelas mãos...
pelo coração...
pela memória...

Tenho dançado de acordo com o passo da sabedoria,tenho me encantado por aqueles que se dedicam em entender as palavras,os códigos e os signos que caracterizam o mundo...
Tenho sido seduzida pelo que me arrebata pelo cérebro e me resgata o coração!
Hipnotizada pelo reino das palavras...



domingo, 30 de outubro de 2011

Sentir,verbo intransitivo


"Que o amor não é inviável
Num mundo inacreditável "

Essa vida é realmente dos apaixonados,sim,pois só se aprende a viver nesse ambiente de seres tão iguais e ao mesmo tempo tão estranhos vivendo apaixonadamente. A paixão nos quebra as pernas,arranca nossa rotina e nos coloca em um universo bobamente paralelo no qual todas as coisas são açucaradas.E quando voltamos a realidade a paixão não nos deixa esquecer o que realmente vale a pena. Ontem, a literatura mais uma vez me mandou uma mensagem de Deus. É curioso como o universo conspira para responder por nossos anseios quando estamos em momentos ácidos.
Lendo um texto da Lygia Fagundes Telles "o direito de não amar" pude tirar e visualizar significativas experiencias. O texto relata sobre um amigo da autora,que estava vivenciando uma paixão não correspondida. A inteligencia e maturidade da autora para contar a história me prendeu muito. O amor é organicamente livre, pois ele surge e vai embora por vontade própria,com isso, não há como, baby, obrigar sentimentos nas pessoas,pois sentir é um verbo intransitivo,não precisa de complemento para produzir sentido.Ele simplesmente existe.
Então caro leitor,não sejamos carcereiros de nós mesmos...sejamos todos livres para sentir o que bem desejamos, e a respeitar o que não pertence a nós...



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O direito universal.


Se plantar é um ato de delicada renovação de energias,proponho então, que se plante palavras...Sim, palavras semeadas e proferidas por aqueles que às leem. Se desde o início da nossa língua,ler significa colher,então que façamos uma colheita de sonhos e herois.
Quem colhe as palavras de um livro é instantaneamente movido pela magia desses frutos mágicos,capazes de levar o leitor à universos e herois diferentes. Quem lê semeia a possibilidade de se conhecer através de outras vozes.Quem lê é arrebatado por sentimentos e qualidades novas. Uma criança que lê possui um pé no real,e outro no fantástico, onde vivem piratas, príncipes de outros planetas e estrelas que caem na palma da mão.
Que todo ser que existe,possa se dar conta de que o único instrumento de luta que não fere e não causa ódio,cheira a papel e está bordado de palavras. Como diria o poeta "penetra surdamente no reino das palavras..." e deixe que esse silêncio sábio diga muito sobre nós.
Que possamos entender que conhecimento se constrói,que a sabedoria é uma estrada estreita e que só permite a passagem de uma pessoa por vez,pois só se desvenda esse caminho sozinho,porém se todos pudessem se render à doçura das palavra,veriam que esse caminho deve ser trilhado com um instrumento entre os braços,capaz de libertar medos e iluminar estradas... As letras sempre iluminaram a humanidade,então está na hora de nos deixarmos levar por essa luz,que guia poetas,homens de fé e pessoas comuns.
A leitura é um direito universal de todo homem...

sábado, 6 de agosto de 2011

Sinestesia em um ônibus amarelo


Em uma cidade onde o sol nunca se cansa de bilhar, e onde as ruas são de tom avermelhado ,uma garota senta na janela de um ônibus amarelo e faz o seu ritual de todo dia,simples prelúdios de sua vida. Ela que sempre tentou ver além da imagem,ler além das palavras e sentir além da pele, se questiona com tom ameno sobre a trajetória dos que optam por sonhar. Durante as poucas horas em que essa garota se senta em um banco,um mundo de idéias sobre o Senhor compositor de destinos, chamado tempo desfilam sobre sua mente. Ela,menina das letras e dos símbolos,que tenta encontar os sujeitos e os anti-sujeitos da sua história,para enfim compreender um pouco mais de si,não se cansa de colocar reticências onde deveriam haver pontos finais. Sentir é o verbo que age sobre os olhos dessa moça.

A trajetória que leva de sua casa até o trabalho é curta para os ponteiros de um relógio,mas longa para uma mente tão cheia de desejos,amores inventados e sonhos abdicados. Acreditar na generosidade é o tema mais interessante de sua história.História de alguém tão jovem que sempre acredita na doçura que há na batalha,por mais que ela seja ácida. Se tivéssemos que oferecer uma figura de linguagem para essa personagem,seria a sinestesia, pois em apenas 28min, essa garota é capaz de sentir além dos sentidos e misturar todos os sonhos que a humanidade pode ter em um instante. Frequentemente ela faz paráfrases e citações daqueles que exergam a vida com doçura.

Em dia de humor,Luís Fernando Veríssimo faz um sorriso estampar em seu rosto. Em dias de questionamento,Alberto Caeiro a faz compreender um pouco de filosofia. Em dias de amor,Paulo Leminski a faz lembrar de mil diamantes que outrora iluminavam os batimentos do seu comboio de cordas,o coração. Quando ela olha para o frio asfalto cinza,e se sente um tanto deslocada,um poeta sussura em seu ouvido e diz”você ainda tem as estradas”.

Tudo isso pode acontecer na mente de uma garota apaixonada e sonhadora dentro de um ônibus amarelo.

sábado, 16 de julho de 2011

Cores...


Você, com olhos tristes,
Não fique desanimada.
Oh, eu sei,
É difícil criar coragem,
Num mundo cheio de pessoas
Você pode perder tudo de vista,
E a escuridão dentro de você
Pode te fazer sentir tão insignificante...

Mas eu vejo suas cores reais
Brilhando por dentro.
Eu vejo suas cores reais
E é por isso que eu te amo.
Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,
Suas cores reais.
Cores reais são lindas
Como um arco-íris.

Mostre-me um sorriso então,
Não fique infeliz, não me lembro
Quando foi a última vez que vi você sorrindo.
Se este mundo te deixa louca
E você aguentou tudo que consegue tolerar,
Me chame
Porque você sabe que estarei lá...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Todos imperfeitos...



É curioso como cada dia do ano é contemplado com uma homenagem, e hoje 15 de julho é dia do gênero oposto, os homens. Homem, entitulado com várias denominações, carinhosas ou não...
São eles os galinhas, os cachorros, os sem vergonha,os don juans, os casanovas, os sapos e...os príncipes encantados. E é justamente sobre os rótulos masculinos que venho refletir. É tão engraçado como o sexismo dominou os gêneros e transformou o mundo em um ambiente galinha e maxista,mas afinal de contas, de quem é a culpa?... Acredito que nossa, das mulheres.
Desde o princípio da sociedade nós responsabilizamos os homens pela nossa felicidade jogando-a nas mão deles, quando na verdade cada criatura é única e responsável pelo seu destino.
Sou contra o sexismo, e ao lado dos direitos iguais e da capacidade de compartilhar ideias, isso de deixar os homens serem os donos da iniciativa, os que pagam a conta e o pato é descontextualizado para a época.
Os príncipes encantados são meros signos figurativos criados pelo texto feminino, até os príncipes pecam e são imperfeitos. O legal disso tudo é saber que cada um de nós um dia vai encontrar alguém tão cheio de defeitos quanto nós.

Felicidades rapazes, Abaaaixo o sexismo!


"As palavras saem quase sem querer,
Rezam por nós dois.
Tome conta do que vai dizer.
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber"

Vanessa da Mata

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vai menina!


Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Como quem brinca somente.

Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Sonha que é de graça.

Não espere. Promessas, vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Sonhos, se realizam, ou não.

Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir.

Caio Fernando de Abreu!

Com açucar,com afeto...

Que seja Doce...




Que comece agora e que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera. E que eu espero também. Uma vontade de ser. Aquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho. Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida. Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais. Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo.Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos. Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.


Caio F. Abreu


Amo-te de longe...


Quando te vi amei-te já muito antes:
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.

E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive para mim melhor sentido,
E o meu passado foi como uma 'strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.

Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe...


Poema de Fernando Pessoa citado por Rubem Alves em entrevista...



Fazer da tua lembrança,uma estrela no meu caminho!


E Fazer...
das lágrimas uma limpeza do globo ocular
das canções de amor uma discografia de um tempo
da falta de autoconfiança no descobrimento da sua sensualidade
das ilusões uma piada
do amor outrora sentido uma possibilidade de estar mais perto de Deus...

Amém, um ciclo de novidades se cumprindo!
eu só agradeço a poesia e a minha fé...

Cah Bertini

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eu te transformei em um quadro impressionista...


Eu fiz de você um capítulo de novela das seis, com direito a trilha sonora, eu te transformei em canções e páginas de livro. Eu te prendi em versos e rimas, te dei as mais belas vestes que te dariam o poder de curar as minhas enfermidades. Eu te transformei em uma história inventada e completamente incoerente. Você existe. Não é uma imagem em uma revista, nem um personagem literário. Você é real.Peca,chora,sente e ama. Mas eu, infantil e presa em um reino de palavras fiz de você muito mais do que você poderia suportar, te criei perfeito, perfeito demais para ser real. Agora o que restou, foi o vulto dos teus passos, correndo em um jardim de Monet com uma capa fluída branca, e eu, correndo atrás de você, porém sem te tocar, pois você está longe demais para ser tocado, está no reino das minhas ideias, onde as coisas são intangíveis...eu não te toco, nem estou perto do seu rosto. Sou sua criadora, alguém que te pintou apaixonadamente. E te transformei em um quadro impressionista,cheio de cores e sentimentos,mas de formas opacas e não definidas.

Cah Bertini

domingo, 10 de julho de 2011


Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Paulo Leminski

Eufemismo de mim mesma...


"Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido novo, tirou as pedras da minha mão. Eu te quero como meu ponto final."


Tati Bernardi

domingo, 3 de julho de 2011

coração partido, porém generoso


"Amo a liberdade,por isso deixo as coisas que amo livres, se elas voltarem é por que as conquistei.
Se mão voltarem é por nunca as possui..."

Para um coração partido generoso, só a notícia de que o ser amado está bem é suficiente...Um coração partido se esconde atrás do próprio amor.Dessa forma ele se basta.


sábado, 2 de julho de 2011


E então o dia chega, o dia em que você aprende que o mais importante neste mundo de séries e cifras é a valorização pessoal, o valor não monetário presente nas suas experiências, paixões e ideais. Além de entender que por mais que você se esforce e tente agradar ao mundo algumas pessoas simplesmente não se esforçarão para compreender seus esforços.
Muitas vezes abdicamos de nossos sonhos em favor das outras pessoas, e desistimos daquillo que queremos para sermos mais complacentes com a nossa realidade, mas um sonho, quando está vivo em você dificilmente te deixará, ele estará sempre no seu mundo, sempre em você... até o dia em que você decidir lutar por ele...

Hoje me dei conta de que as
pessoas vivem a esperar por algo.
E quando surge uma oportunidade,
se dizem confusas e despreparadas.
Sentem que não merecem.
Que o tempo certo ainda não chegou.
E a vida passa.
E os momentos se acumulam
como papéis sobre uma mesa.
Estamos nos preparando para qualquer coisa,
mas ainda não aprendemos a viver.
A arriscar por aquilo que queremos.
A sentir aquilo que sonhamos.
E assim adiamos nossas
vidas por tempo indeterminado.
Até que a vida se encarregue
de decidir por nós mesmos.
E percebemos o quanto perdemos
E o tanto que poderíamos ter evitado.
Como somos tolos em nossos
pensamentos limitados.
Em nossas emoções contidas.
Em nossas ações determinadas.
O ser humano se prende em si mesmo
por medo e desconfiança.
Vive como coisa.
Num mundo de coisas.
O tempo esperado é o agora.
Sua consciência lhe direciona.
Seus sentidos lhe alertam.
E suas emoções não
mais são desprezadas.
Antes que tudo acabe.
É preciso fazer iniciar.
Mesmo com dor e sofrimento.
Antes arriscar do que apenas sonhar.

(Cecília Meireles)

domingo, 26 de junho de 2011

Artur da Távola


As pessoas amam bem mais a expectativa do amor possível, que o amor propriamente dito. Daí a intensidade dos impulsos bloqueados, os que estão impedidos de expansão e movimento na direção do objeto amado. Os "grandes amores" da literatura são grandes, não por serem amores, mas por serem impossíveis. Já os grandes amores da vida real só quem sente é que sabe. A impossibilidade de dimensionar um impulso afetivo carrega de energia a fantasia. E esta se encarrega de dar dimensão ao que o exercício da relação, talvez, tirasse. Na paixão impossível só estão as projeções do que idealizamos, pretendemos ou não conseguimos viver em nosso cotidiano. Daí ser fácil entender sua força, sua obsessiva presença na cabeça dos enamorados. É por isso, aliás, que só é musa quem é inatingível. Case-se com a sua musa e acordará com uma jararaca... Case-se com quem ama e será feliz. Quer se ver livre de uma paixão colossal? Vá viver com a pessoa objeto da paixão (observem, por favor, que não estou usando a palavra amor). Aliás, já está nos clássicos e, mesmo, antes destes, nos antigos: "A conquista enobrece e a posse avilta". Ou, como dizia Goethe: "Nas batalhas da paixão, ganha aquele que foge". Quantas vezes as relações humanas terminam ou se interrompem sem terem esgotado o potencial de possibilidades adivinhadas, intuídas, sentidas. Aí, o que não se esgotou clama por vir à tona e, muitas vezes, ameaça ocupar (e às vezes ocupa, efetivamente) todo o "ego". Não é por outra razão que o apaixonado é o maior dos egoístas. Ao dedicar tudo ao objeto da paixão, está é alimentando a própria necessidade, seja de sofrimento, de idealização, de felicidade ou fantasia. Entupido de impossibilidades, ele clama. E a isso muitos chamam amor. Mas amor é coisa muito diversa... Amor não clama nem reclama: amor dá. (Artur da Távola)

quinta-feira, 23 de junho de 2011


A lembrança da tua voz
é minha companheira nos dias de tempestade
nas horas que lembro, viver é preciso
apesar de...
apesar de tanta coisa ficar perdida
entre os olhares que nunca,
n-u-n-c-a mais irão se cruzar
mas a tua voz fica, e soa,
e canta às vezes
e eu começo a chover,
a chover,
c
h
o
v
e
r
para dentro de quem um dia fui
contigo.

Cáh Morandi

terça-feira, 21 de junho de 2011


Sendo corpo a continuação das nossas palavras, os sentimetos me colocam para escrever.Passa-se a vida escrevendo, cantando, amando, sendo e se iludindo. Quando uma ilusão é substancialmente real muitas vezes não sabemos o que fazer com ela, então é necessário deixa-la partir...
Parafraseando Juleta venegas e Marisa Monte, confesso que uma vez eu tive uma ilusão, e não soube o que fazer com ela, então ela se foi, por que eu a deixei? Não sei. Eu só sei que ela se foi...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Odi et amo


Odi et amo. Quare id faciam, fortasse requiris.
Nescio, sed fieri sentio et excrucior.

Odeio e amo. Por que faço isso, talvez perguntes.
Não sei, mas sinto acontecer e me torturo.

domingo, 12 de junho de 2011

Foi Deus quem fez o vento que sopra os teus cabelos...


Foi Deus que fez o céu,
O rancho das estrelas.
Fez também o seresteiro
Para conversar com elas.

Fez a lua que prateia
Minha estrada de sorrisos
E a serpente que expulsou
Mais de um milhão do paraíso.

Foi Deus quem fez você;
Foi Deus que fez o amor;
Fez nascer a eternidade
Num momento de carinho.

Fez até o anonimato
Dos afetos escondidos
E a saudade dos amores
Que já foram destruídos.
Foi Deus!

Foi Deus que fez o vento
Que sopra os teus cabelos;
Foi Deus quem fez o orvalho
Que molha o teu olhar. Teu olhar...
Foi Deus que fez as noites
E o violão planjente;
Foi Deus que fez a gente
Somente para amar. Só para amar...

Mais uma vez... Camões!


Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

sábado, 11 de junho de 2011

o que eu quis inventar pra preencher o meu mundo particular...


O coração é bobo, tão bobo que finge sentir afetos que nem ao menos estão ao alcance de nossos olhos. Esse texto é dedicado para aqueles que possuem coração de criança, que está sempre cheio de esperança de um dia ser tudo o que quer.
Para aqueles com coração de criança, só é necessário uma dose de palavras adocicadas, mais parecidas com jujubas para que o portador desse coração creia nelas. Sempre, na vida de um coração bobo, aparecem situações que o fazem parecer mais bobo ainda, então esse coração começa a construir castelos de areia, para preencher seu mundo particular.
E como um coração bobo fica feliz? amando em solidão!

11 de junho de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

"E como um anjo caído...


...Fiz questão de esquecer que mentir para sí mesmo é sempre a pior mentira, mas não sou mais criança a ponto de saber tudo..."
Com a poesia um tanto quanto melancólica de um nerd de Brasília começo meu texto deste domingo de Páscoa. Momento oportuno para se falar em sonhos e crianças, afinal, a Páscoa está repleta de simbolismos relacionados a esperança e amor ao próximo.
Mas o que me instigou escrever é o fato de que Jesus Cristo, há tantos anos proferiu palavras de amor e verdade. Isso significa que ele nos alertava a todo instante para não nos deixar-mos ser enganados por nós mesmos. Tá aí. Um dos defeitos mais difíceis do ser humano, ser ludibriado por sí mesmo. Muitas vezes castelos de ilusão e mundinhos perfeitos são construídos por nós mesmos, vendando a realidade. Esses castelos são substancialmente feitos de efêmeridades, o que significa que eles estão a um sopro para desmoronar.É muito fácil se deixar levar pelas doces ilusões, até por que elas são tão perfeitas que não podem nem ao menos sair dos nossos sonhos.
Deus é tão real e inteligente que nos aponta a realidade o tempo todo, porém nossos limitados olhos humanos nos limitam a enxergá-la. Ilusões são doces, mas muitas vezes é melhor levar um choque de realidade antes de contrair diabetes

sábado, 23 de abril de 2011

A maçã- Amor só dura em liberdade!


E o título de uma velha canção de Raulzito me inspirou a por as palavras no blog. Amor, mais uma vez este sentimento me move e me traga, de forma tão persuasiva e mágica que não consigo resistir. Vim falar de dois sentimentos um tanto quanto confusos e extensos. Amor e liberdade. Como diria Raul Seixas e Paulo Coelho, amor só dura em liberdade. Certos pensamentos da filosofia oriental nos dizem constantemente que o amor é livre, livre de tal forma que não pode nem ser tocado pelo ser humano, pois alguns gestos o assustam . Assisti um filme esta noite, de louvável e encantadora atuação de Sandra Bullock, "Loucuras de uma paixão" fala sobre uma solteirona intelectual que se apaixona por um cameraman de um jornal. A paixão a leva a cometer loucuras para ficar perto da criatura amada. No finalzinho do filme, uma frase da personagem atraiu minha atenção :

Se ama alguém deixe-o livre, porque se tiver de persegui-lo não é pra ele ficar com você.

Este pensamento tocou-me de maneira tão fantástica que não poderia omitir minhas opiniões sobre o assunto. No mesmo momento uma frase da filosofia oriental veio-me á memória. " Dê a quem você ama, asas para voar, raizes para voltar e motivos para ficar". Esta frase sintetiza bem o que a canção de Raul Seixas nos transmite, o amor é um ato de extrema liberdade, pois nasce não sei como e dói não sei por que, já diria Camões.
Mulheres românticas como a pessoa que vos fala e a personagem do filme geralmente se lançam de forma apaixonada em todos os setores da vida,e por serem demasiadamente apaixonadas acabam se perdendo no meio do caminho. O certo é respeitar o nosso tempo interno, aquele que nos diz a ora certa de fazer as coisas, para não intimidar o possível amo livre que irá surgir.
Sempre procuramos preencher nossos espaços vazios, como quadradinhos de palavras cruzadas, porém antes de escrever as palavras da coluna, pensamos cautelosamente, para não borrar ou desistir de um espaço importante no nosso cruzamento de palavras.


domingo, 13 de março de 2011

E o meu infinito de expande...


Com toda a limitada e ingênua maturidade que há em mim,posso afirmar que a cada milésimo de segundo um ciclo de novidades se cumpre na vida de cada simples e sagrada criatura que habita neste plano de matéria. A ordem do do relógio me permite aprender que a cada segundo entregamos um pouco de nós à boca do tempo,que com audácia e delicadeza devora-nos...
O comboio de cordas do coração compõe a trilha sonora do agora...a luz dos nossos olhos nos permite entender o quão frágil e imperfeito somos, e a espiritualidade, o nosso relacionamento com Deus nos faz entender o sentido da perfeição,que não está em nossas mãos pois é preciosa demais para ser presa pela ignorância da humanidade...
As nossas reticências,significam que muito temos a dizer, mas não podemos,pois algumas palavras estão profundamente distantes do que podemos tocar,então elas preferem permanecer guardadas em nós.
O amor,esse sentimento que as vezes surge,pode nos levar a dois caminhos : 1-egoísmo 2-generosidade. Cabe a nossa índole escolher qual deles escolher,pois o amor é um paradoxo constante para toda criatura.
Beijoos de alguém nas vésperas de completar 1.8!

Ps: Palavras com açucar,com afeto.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Camões.


Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho logo mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semidéia, que, como o acidente em seu sujeito, assim co’a alma minha se conforma,

está no pensamento como idéia; [e] o vivo e puro amor de que sou feito, como matéria simples busca a forma.

Ágape


Love,L'amour,Amore,Ai e Ágape...
Em diversas traduções, das mais fortes e belas ás mais engraçadas, o amor é universal, princípio e causa da explosão de sentidos no ser humanos.
Dono de diversas formas,o amor pode ser adjetivado como, platônico,doentio,psicopata,fantasioso,piégas, cafona e LINDO.
Àgape,de todas as traduções,para mim a que possui estilo e sonoridade mais bela,é essa que vem do grego,Ágape, amor em grego,que traduzindo para o português significa "amor altruísta,amor precioso".
Se a humanidade soubesse o transbordamento de sensações que o amor verdadeiro causa,nenhum ser humano teria coragem de chamar paixão ou encantamento de amor.
Durante minha jornada pelos diversos mundos da literatura,música,poesia,artes,família e Deus, percebi que amor verdadeiro está no altruísmo,sim,um amor verdadeiro deveria ser o motivo do perdão para todos os nossos pecados.
Aprendi também,que esse sentimento é de uma generosidade tão absurda que somente o amor verdadeiro basta para preencher as dores. A doação tão completa,a ponto de fazer-nos abdicar de nossos desejos e vontades apenas para ver quem amamos feliz. Amor verdadeiro é livre,tão liberto que nos obriga a fazer a criatura amada ir embora,apenas para não o ver infeliz.
É isso,amor é sinônimo de generosidade,por isso ele é Ágape,precioso!

Beijos á quem ler esse texto humilde e piégas!


O bobo da tua noite...


A noite perguntou ao bobo:
- O que te importa nessa vida além do amor dessa menina?
E o bobo respondeu:
- Nada mais, noite, só o amor de Carolina.
- E a tua luta?
- Carolina.
- E o poder?
- Carolina.-
- E a glória?
- Carolina.-
- E o mundo mais justo?
- Carolina, Carolina, Carolina.
- Eu quero que o mundo se exploda, se eu não tiver Carolina! E se eu não tiver Carolina, nada mais me importa nessa vida.
- Eu sou o bobo da tua noite, menina. Eu sou o homem da tua vida.

Trecho do filme A Dona da História,no qual a protagonista se chama " Carolina"

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Escrever para quê?


Ou...para quem?
Que coisa mais engraçada a linguagem escrita. A junção de letrinhas inventadas sabe-se lá por quem,capazes de despertar um transbordamento de sensações num papel, ou...na tela de um computador.
João Cabral de Melo Neto uma vez disse que escrever é como catar feijão,procura-se as palavras,cada uma de uma vez.
A comunicação é uma das características mais belas do ser humano,pois ela não esta apenas na linguagem oral,mas presente no sentimento que envolve cada palavra. Acredito que um corpo que fala,diz tudo através dos olhos,as vezes chego a crer que um olhar diz mais que centenas de cartas apaixonadas.
Mas,definitivamente,nada é tão sedutor e envolvente quanto letras impressas em uma folha de caderno.
O texto abaixo me foi enviado por uma querida,uma amiga que irradia muita luz.

"Você precisa saber que já é uma escritora. Mas nem ligue, faça de conta que nem é. Eu lhe desejo que você seja conhecida e admirada só por um grupo delicado embora grande de pessoas espalhadas pelo mundo. Desejo-lhe que nunca atinja a cruel popularidade porque esta é ruim e invade a intimidade sagrada do coração da gente. Escreva sobre ovo que dá certo. Dá certo também escrever sobre estrela. E sobre a quentura que os bichos dão a gente. Cerque-se da proteção divina e humana, tenha sempre pai e mãe - escreva o que quiser sem ligar para ninguém. Você me entendeu?"

Um beijo nas suas mãos de princesa.



Clarice

Escrever é como deixar um pedaço do seu sentimento tatuado em cada letra.

Beijos.